Y Ping Chow nasceu há 53 anos na província de Zhejiang, o sítio da China de onde vêm mais chineses para Portugal. “Vim para Portugal com sete anos. Já cá tinha os meus pais e os meus avós. Aliás, os meus avós foram dos primeiros chineses a vir para Portugal na década de 30”, conta o presidente da Liga dos Chineses em Portugal (LCP).
Como presidente da Liga teve oportunidade de conviver com Jorge Sampaio ou Cavaco Silva, mas o seu trabalho é mais reconhecido a nível autárquico. O vereador da Câmara Municipal de Vila do Conde, Vítor Costa, diz que Y Ping Chow “tem sido um elemento essencial para a integração da comunidade chinesa na Varziela. Acaba por ser o líder que não existe na comunidade”.
A vertente diplomática vê-se também na relação com o Casino da Póvoa. A directora de marketing, Susana Saraiva, caracteriza Chow como “o elo de ligação com a comunidade chinesa”. É com ele que tratam, por exemplo, da festa do Ano Novo chinês, uma tradição do Casino da Póvoa, muito frequentado por chineses.
“Sinto-me mais português do que chinês”
Aliás, Y Ping Chow admite que é nestas funções que passa a maioria do tempo. “Sempre fiz parte da LCP. Desde 1994 tenho sido a cara da Liga na sociedade portuguesa. Fui eleito oficialmente em 2007 e dedico muito tempo às actividades associativas”.
Y Ping Chow é ainda dono de um restaurante – o Chow’s, no Arrábida Shopping -, seguindo a tradição da família, a quem pertenceu o primeiro restaurante chinês no Porto. “Gosto muito desta actividade. Com ela fiz muitos amigos e ganhei a confiança dos portugueses”. E ganhou a confiança de quem com ele colabora. Yu Yan Xue, empregada do restaurante e amiga de Chow há 15 anos, classifica-o como “bom patrão, simpático e brincalhão”.
O empresário é também sócio de uma empresa de agenciamento de futebolistas. “Não ligo muito a futebol, mas levar jogadores portugueses para a China é uma oportunidade de negócio”. Chow conseguiu também o apoio do Rio Ave para a criação de uma equipa de futebol amadora. “Por isso sou adepto do Rio Ave”, brinca.
Como já cá vive há muito, Y Ping Chow diz que Portugal faz parte da família: “Já me sinto mais português do que chinês”. Também por isso a comida não lhe é estranha. “Gosto de tudo: leitão assado, alheiras, marisco. Mas acho que os portugueses deviam vir mais aos restaurantes chineses”, admite.
Estando envolvido em tantas actividades, Y Ping Chow revela ter um objectivo de vida simples: “Comer bem, viver em paz e sossegadinho” com a sua mulher e os três filhos.
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