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VARZIELA: UMA ZONA INDUSTRIAL EM MANDARIM

Das cerca de 300 unidades industriais e de armazenagem da Varziela, 197 pertencem a chineses. No dia-a-dia, a zona industrial é uma espécie de dicionário de mandarim comercial gravado na sinalética dos pavilhões de chapa.

De manhã cedo são poucos os armazéns abertos. Os funcionários que trabalham estão à porta a observar a via principal, pouco frequentada. Outros recebem a refeição, distribuída por um senhor de bicicleta todas as manhãs. O sistema de encomenda é simples: o restaurante divulga a ementa do dia via chat, um sistema muito utilizado na China. A cada refeição é atribuído um número e é através do chat que se processa a encomenda. Depois, à hora marcada, segue o empregado de bicicleta para a entrega de refeições e merendas.



Há quem escolha cozinhar no local de trabalho. Quem opta por este sistema são os detentores de negócios familiares, que têm cozinha montada no armazém. Em alguns casos, o local de trabalho é também a casa. "Quem para cá vem costuma alugar casa na vila. Ficar a dormir no armazém é situação temporária", explica o gerente de duas empresas de revenda e importação na Varziela, Gong Xiang Yang. Após várias tentativas falhadas de entrevista a comerciantes, indicaram-nos Gong como uma espécie de ‘relações públicas’ dos trabalhadores da Varziela.

 



 

Gong é vice-presidente da Liga dos Chineses em Portugal e um dos maiores empresários da zona – vende roupa, painéis solares, motorizadas e aposta agora nos vinhos. “É preciso apontar a outros mercados. A China está em quinto lugar a nível mundial no consumo de vinho e crescerá, o que torna o negócio de exportação de vinhos uma boa aposta”, comenta Gong.


“A crise sente-se na rua nos últimos anos. Há dificuldade em manter o negócio e só os antigos têm capital suficiente para aguentar. Quem chega agora vai embora”, conta. A maioria dos empresários chineses da Varziela não são emigrantes que lá fixaram o primeiro negócio; são pessoas com experiências anteriores. Por isso têm mais capital para investir, bem necessário quando o aluguer de um espaço de 300 m2 pode custar 4000 €.

Lidergong - a empresa Gong Xiang Yang

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